quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Construção Sólida




"...a maior solidão é a do ser que não ama.
A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo,no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro."

(Vinícius de Moraes - Para viver um grande amor)

O amor, a amizade!

Olhando em volta, eu assisto cada um.
Os que se afastam, os que não veêm,os que veêm.
Os que aceito, os que me esforço pra aceitar.
Tenho um coração aberto, e permito que todos se aproximem,
e dou-lhes a oportunidade de ao menos se mostrar boas pessoas...
Tem gente que não consegue, mas ainda tenho fé que um dia aprendam,
mas EU aprendi, a nunca abandonar ninguém!
O mundo é rico em sentimentos e qualidades, os defeitos também são proezas,
é só sermos sábios e aproveita-los. Todo mal, pode ser totalmente bom.
E eu, eu estou sobrevivendo. Depois de perder algo na vida,
você encontra muitas coisas onde nunca pensou em procurar!
Eu tenho uma família linda, eu tenho amigos...
E acima de tudo, eu tenho Deus, sei que sem ele, eu não teria NADA!
Sei também, que permaneço com todos ao meu redor, porque valorizo!
Valorize! Logo, serás valorizado.

Fica a dica!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Existencialismo Patológico.





Meu pedido é claro.
Ele é óbvio, único,
Singelo.
Puro e límpido,
Como a última gota de vodka que aspira arder sua guela à dentro.

Meu pedido é singular.
É solitário, egoísta, mas é meu.
É meu pedido.

Peço-te apenas que me deixe existir.
Me deixe estar aqui e desfrutar de todas as minhas tristezas,
de minhas desilusões, devaneios e dias que nunca terminam.

Quero existir para por dentro de mim apenas estar.
Estar na essência do essencial de um prato de sopa fria,
com moscas que outrora passearam em meus destraídos lábios,
tão pensativos e distantes como o meu alçar do ponto baixo do desejar.

Este é o meu pedido.
Meu e de mais ninguém.
Somente meu.
Pra sempre,
meu.

Meu existir existe dentro da minha existência.

Existo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Não tenha pena nem derivados!!!

Informação demais faz com que as pessoas se sintam confusas.
E a confusão sentida faz com que elas se sintam abaixo, inferior, quiçá medíocres à quantidade e qualidade de informação que as circula.

Vejo uma quantidade considerável de pessoas com todos os quesitos básicos para manter sentimento de felicidade ou satisfação, mas estas são as que menos estão bem. Ou algo relacionado ao que chamo de "bem".

A velocidade das horas aumentou e nossa capacidade, não.
É impossível coletar toda essa corrida de letras e emoções. É impossível.
Saber dessa incapacidade talvez as torne pessoas com baixa auto-estima.
Mas essa falta de, faz elas se sentirem alguém.
A falta de estima, paradoxalmente ocupa o lugar de algum outro sentimento, porém positivo.

Tal falta de estima faz com que outros lhe direcionem atenção e sentimentos que beiram pena e derivados.

Pobre destas pessoas que não notam estar se viciando em humilhação, pena, tratamento especial para pessoas patologicamente sensíveis...

Enfim, trocou-se a segurança e bem estar, por a atenção que a falta de estima gera.

Triste isso, não?

Cortante

E o coração transbordou...
Transbordou de tristeza mesmo em presença de tantos sorrisos.
Sorrisos que penetram como facas pontiagudas, que derramam lágrimas no rosto daqueles que não podem sorrir.
Querer não é poder quando se trata de sorriso.
Querer não é poder quando se trata de felicidade.
A felicidade não transborda quando um coração está afogado.

Em mágoa.

De mim

Eu sempre quis ser só um pouco de alguém. E não apenas minha.
Sempre quis que alguém me assumisse, usando o "minha", no lugar de "amor".
Porque amar é fácil. Mas ter, ME TER, nunca foi.
Sempre quis poder encostar a cabeça no ombro e poder curtir o silêncio que canta, mas grita dentro de mim.
A incerteza se desespera, enquanto minha boca permanece muda e o coração sapateia, quase saindo do peito.
E eu só queria poder ser "a minha" de alguém, enquanto imagino que o silêncio dentro, igualmente em mim, não é nada silencioso, desse que quer ser "o meu".

Cansei de ser de mim...

Fragmentos

Eu nunca disse que meus desejos eram secretos.
Eu nunca quis dizer que sou um mistério apenas porque faço de mim um livro fechado.
Sou livro aberto quando se trata de sentimentos.
Sentimento é palavra dita, escrita e selada.
Sentimento não se esconde; se sente.
E eu nunca disse que esconderia o que sinto, tão pouco o que sou.
Portanto, sentimento é pra ser sentido.
Sentimento é o que você é.
E eu sou só sentimento, só saudade, só eu. eu, só.

Eu sinto.
E sou.
Sou um pouco do que tento não ser...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sou uma parte do TODO...

E de hoje em diante vou meditar as flores,

vou ouvir as folhas, ler as sinuosas montanhas...

Em cada tronco vou escrever uma lembrança,

em cada canto dos passaros ouvirei a esperança...

Tateando o vento,

Tagarelando e vendo,

Sorrindo e vivendo,

Por vezes seria e serena...

Nos formigueiros sou gigante,

Nas florestas sou pequena...

Sou o que se é SENDO

Debelar...

O que os olhos dizem, os lábios não podem contradizer.
O que o coração sente, a mente não pode dissipar.
Eu quero tudo que não posso ter. Será?
O que você sente, você não sabe disfarçar! As vezes sabe, não é?
E até onde iremos? Quanto tempo esperaremos?
Eu sonho todos os dias com você,
Me recordo perfeitamente de cada, cada beijo...
Dos melhores, dos mais engraçados, dos mais românticos, dos mais quentes!
Eu crio, crio tantas cenas com você. Em que você me abraça,
Você diz que precisa de mim, você me pede desculpas, você me pede pra voltar!
Você me beija, a gente perde o folego, minhas expressões se confundem com as suas, como você mais gostava!
O mundo volta a ter sentido em minhas fantasias...
Mas aquela dor de todas as manhãs me corta o coração...
Me corta a alma...
A dor da realidade que você deixou em mim...


...e quando eu vou ser feliz? Quando?

Realidade Cruel

Quando toda a sua realidade está prestes a mudar sem pedir licença, é preciso se adaptar. Poderia ser mais fácil.
Despedidas poderiam ser indolores, e o amor poderia estar sempre bem.

Involuntariedades não deveriam machucar.

Uma solidão acompanhada pelo gosto amargo de um 'por quê?' sem resposta é mais que suficiente pra tirar o sorriso do rosto de alguém.

Por muito tempo.

Começar um novo dia esperando um sorriso e um beijo, e receber uma chuva indiferente e fria tentando ofuscar o sol é mais que suficiente pra tirar o sorriso do rosto de alguém.
Ter o sol ofuscado por tal chuva indiferente e fria faz o sorriso já indiferente e adormecido morrer. Por um dia. Um dia. Um dia triste.

Não deveria ser assim.

Os dias poderiam ser escritos a lápis.

Idiotização

Quão desestimulante é ver a imaturidade do ser. Muitas vezes me surpreendo com o ser humano, infelizmente de forma negativa na maioria delas.

A arte de não se importar é completamente incorporada ao meu ser. Entretanto, como conviver com a infantilidade sem ter acessos de irritação?

Hei de descobrir na prática.

Tenho tanto com o que me preocupar, me importo tanto com muito. Por que o mundo é tão cheio de pessoas que se importam com coisas idiotizadas? Por que à minha volta elas existem, ou existirão, em uma quantidade tão maior que o suportável? O meu gênio me prejudica, tenho consciência. Mas ajuda também, ao não permitir que ideias medíocres façam parte dos meus pensamentos constantes.

Há tanto com o que se importar, há tanto para se pensar.

Por que, então, se importar com pouco?
E de forma impensada?

Às vezes tenho certeza que vivo num mundo fechado. Estou prestes a viver algo tão desconhecido como a mente humana.

Profundamente irritada.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Libra



Libra

Quando o fruto se abre para a Vida.
O que importa para os librianos são os relacionamentos, os amigos, ser aceito.
Dotados de grande poder de sedução, sabem como ninguém agradar as pessoas, graças ao seu excelente bom gosto, para comida, roupas, jóias, arte.
Mas de tanto querer agradar, os librianos acabam tendo sérios problemas, um deles está na dificuldade de dizer "não".
Para libra o mundo pode estar caindo, mas as pessoas não tem o direito saber o problemas que se passam em seu interior.
Precisam do amor, assim como do ar que respiram.
Muito indecisos quando necessitam tomar alguma atitude, acabam perdendo oportunidades.
Libra é a justiça.

Nossa isso sou exatamente eu, por isso estou postando aqui o q eu encontrei sobre Libra!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Meu riso

é sem graça
é de graça
com motivo
sem sentido
consentido
desvalido
meu riso
é dente
é olho
orelhas
é gente
meu riso
é desgarrado
é de farrapos
é desgraçado
meu riso
é cor
é dor
é doído
é sentido
é vivido
é louco
varrido
meu riso
é amado
é amante
é amargo
meu riso
é estridente
irritante
escandaloso
corajoso
é frio
é quente
antigo
é novato
não tem idade
é complexo
é simplicidade
meu riso
é discreto
é ferro
fere
cura
engana
ama
o meu riso
contradiz
seduz
dispensa
compensa
meu riso
é ardente
demente
é bobo
alegre
meu riso
é raso
é fundo
cabe o mundo
meu riso
é triste
existe
persiste
não desiste
meu riso
é meu
meu riso
sou eu.

Amor

Amo-te sem advérbio de intensidade
Não há como expressar em medidas
Vai além até dos meus sonhos e pouco seria
Se eu soubesse dizer a quantidade

Amo-te sem advérbio de tempo
Não há para sempre que se encaixe em palavras
Vai além de qualquer tempo que passe e curto seria
Se eu pudesse prever sua longevidade

Amo-te sem advérbio de dúvida
Não há interrogação em meu amar
Vai além de toda a verdade e incerto seria
Se houvesse como provar

Amo-te sem advérbio de modo
Não há definição na forma de sentir
Vai além de qualquer simples gesto e errado seria
Se alguém um dia ousasse definir

Então, amo-te enfim, sem definição
Não há explicação pela qual eu possa me manifestar
Vai além de todo o vocabulário e supérfluo seria
Eu tentar aqui me expressar

(autor desconhecido)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Aos "Ilustres"

Às vezes me pergunto como ainda não perdi a minha capacidade de me surpreender. Por mais que esteja cansada de ver certas coisas, de ouvir certos comentários, eu continuo a ficar pasma com certas caracteríscticas um tanto inconvenientes (eufemismo) de algumas pessoas. O fato em discussão: plágio.

Claro que entre blogueiros, plágio é uma palavra um tanto forte, visto que o que está solto pelo mundo da internet no fim acaba sendo de todo mundo, embora exista a lei que diz que a partir do momento em que você posta algo na internet, criam-se seus direitos autorais e qualquer cópia pode ser considerada plágio de fato. Para os que escrevem e veem seu texto exposto em outro blog com o ser-sem-criatividade que copiou recebendo elogios por um Ctrl+C Ctrl+V , e dizendo que nem está tão bom assim, que foi uma inspiração repentina, não chega nem perto da raiva que dá! Bom... às vezes até é divertido, quando a pessoa não se dá nem o trabalho de mudar o título e esquece de mudar o gênero dos verbos, quando se trata do sexo oposto (palmas).


E o que eu vou dizer? Não há muito o que dizer, na verdade. Pessoas com esse tipo de caráter perdem totalmente a credibilidade, pelo menos em meu conceito. Sempre viverão às custas dos outros, dependerão de alguém para terem opiniões, agirem e até pensarem, coitados. Mas é mais fácil, não é? Que continuem então com seu jeitinho brasileiro (desculpem-me pela generalização), e acabem como tantos outros, sem opinião, sem iniciativa e sem vida própria.

Se livre de tudo, sorria

Um dia desses uma certa amiga comentou que estava feliz por me ver "voltar a sorrir" e que o meu sorriso era um sorriso sincero, simples e cativante (sim, eu fiquei feliz com o comentário. rs).
O termo "voltar a sorrir" me chamou a atenção. Percebi que durante algum tempo me fechei, mudei, não para melhor e o comentário daquele dia me deixou feliz, por saber que estou voltando a ser o que era, e preocupada, por ter mudado de maneira negativa. Algo que realmente sempre gostei em mim foi/é meu sorriso. E agora, com exaqueca e insônia, estava eu me revirando de um lado para outro na cama quando me veio a memória "sorriso de menininha" e pensei, e pensei... e voltei no tempo.
Sim, eu havia escutado aquela expressão certa vez, a propósito, foi a primeira vez que percebi que nao era a forma dos meus dentes, lábios ou a maneira como sorria mas sim o sorriso em si que tornava tudo mais bonito, calmo e humano. Depois pensando ainda mais lembrei de um certo episódio em que um colega comentou "Vi, você me ensinou a sorrir". E, depois de ter lembrado de coisas adormecidas na minha mente, me veio uma vontade desvairada de cantar, sorrir, aproveitar e estar a flor de mim mesma (pena que é madrugada e todos ja estão dormindo)!

Recomeçar é doloroso, não impossível.
Sorria, existe alguém que precisa do seu sorriso hoje. E obrigada a você que um dia respirou fundo, sorriu e hoje me fez ser de novo (mesmo que indiretamente).

Obrigada!

E será?

Não é o tempo ou o passar dele que me encomoda, pelo contrário, isso só me faz perceber que estou vivendo, mudando, crescendo, escrevendo história, que de alguma forma estou SENDO. O que me me provoca vertigem e essas borboletas no estômago é esse receio de não saber por quais caminhos as escolhas vão me levar e o que encontrarei por la. É esse medo infantil de tentar segurar o amor e a felicidade que tentam escorrer por entre os meus dedos. Ai, se eu pudesse com toda a minha alma fazer o tempo passar de acordo com os sorrisos que a vida me oferece e com as certezas do que é certo. Mas, nesse ensaio eu só vou vivendo, esperando, errando... esse gerundismo que há de ser mais que isso.

Sexta Feira

Como uma boa libriana q sou, minha sexta não poderia ser diferente de mim.
Começou um caos. Tempestade, visão turva, espasmos musculares.
Tristeza por não entender. Tristeza por tentar compreender.

O tempo voa. Ele dispara feito trem bala.
Sorrisos minguados, belezas aqui e ali.
Te amo tanto... tanto...

Papel-toalha com álcool gel. Tirar sujeira faz bem pra alma.
Tira resto de café, resto de vícios, resto de sujeira passada.
Organiza, tira, coloca. Move. Acerta em mínimos detalhes o lugar de.
De algo. De alguns. Modifica tudo. E não modifica nada.

Fica tudo igual...

Engana o cérebro de que organizar purifica a alma.

Bifurcada

De repente a visão estava turva e a mente em um estado mais turvo ainda.
Me lembrei de endireitar o rosto e olhar pra frente, e a primeira coisa que vi foi sua boca mexer frenéticamente. "ele ainda está falando", pensei.
Fui aos poucos voltando a realidade e ouvindo sua voz invadir o fundo dos meus ouvidos.
"pena dos meus tímpanos..."
insuportável...
É detestável ouvir a sua voz, as suas palavras, o tom do seu não silêncio.

É detestável amar quem se deve detestar...

O amor que eu sinto

Refleti.
Adentrei a madrugada.
Sozinha.
Me sentia completa naquele silêncio.
Pensamentos distantes.
Certezas.
Algo me deixava feliz.
Não me importava o que era.
Mas pensar estava me deixando bem.
Sozinha.
Não, eu não estava.
Parecia, mas eu sabia que não.
Aquela estranha sensação desconhecida de felicidade.
E tão familiar.
Por fim, dormi.
Sabendo que a minha companhia era o amor que eu sentia.

E sinto.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Momento Bobeira

"Príncipe Encantado que nada! Bom mesmo é o Lobo Mau: te ouve melhor, te vê melhor e ainda te come!" rs

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Teias de aranha

Eu me assusto diante da possibilidade do não.
Do não poder. Do não estar.
Do presente que se faz constante no meu futuro.
A cada segundo sinto que meu futuro perde espaço pro passado.

Tenho medo do meu presente estar sendo um reflexo perfeito do passado que condenei.
Medo de estar sendo livre dentro de uma liberdade conformada e criada dentro de uma prisão.
Prisão que eu tive a chave e engoli.

Meu presente escorre pelos meus dedos, desabita minhas entranhas, foge de mim como o diabo foge da cruz.
Mas meu futuro está tão presente quanto {quando} sua presença está em mim.

Horas, segundos, minutos... são apenas regras de um ponteiro.
Um ponteiro que insiste em quebrar momentos, gerar saudades, trazer rancor e pulsar com ansiedade qualquer coração.
Números exatos e inexatos que calculam e dão conclusão ao que poderia ser eterno.

Mas enquanto eu quiser, me dou a liberdade do eterno.
E vai ser eterno enquanto durar.

Em baixo do meu cobertor

As minhas pretensões encontram-se corrompidas dentro de minha própria semântica emocional. Não há nada mais ambíguo nesse mundo. Paradoxos sentimentais que afloram a todo momento, causando uma biporalidade que incomoda. Como um mundo de fotografias em preto e branco pode ser convidativo a todo momento? Ao colorir minhas ideias elas tornam-se utópicas demais para serem aceitas, até por mim mesma. Que às vezes eu nem sei quem sou.

Ou seja, se o preto e branco torna-se corriqueiro demais e o colorido desafia as possibilidades lógicas, há de haver um meio-termo nisso tudo. Regular o brilho e contraste da minha vida, corrigir a gama para que fique ameno, como um tom pastel. Equilíbrio, tranquilidade e calmaria. Perfeito? Não.

A bipolaridade à qual me referi me impede de aceitar uma vida em tom pastel. Vivo em um turbilhão de emoções, ou estagnada em meus próprios pensamentos pessimistas. Ou o otimismo me impulsiona, ou o pessimismo me derruba. Em geral sou otimista. Mas encontro-me em um momento de mudança profunda e definitiva em minha vida, isso me assusta. Por vezes me vejo escondida em baixo do meu cobertor, como se por estar ali nada de mal pudesse me acontecer. Como se me escondendo em cima da minha cama, nada mais fosse mudar, o tempo fosse parar e eu não tivesse mais que mudar tão bruscamente minha vida. Sinto necessidade de mudança, mas apenas como uma onda, não como um ressaca a qual desconheço as proporções. Sinto medo. Entusiasmo. Ansiedade. Dúvida. Tristeza. Saudade. Alegria. E muito amor.

Enquanto questiono os dois lados de minha mente, a vida segue. Rápida. Ininterrupta. E eu ainda me escondo em baixo do cobertor.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Desejo de Outra Coisa

Às vezes começa com um sentimento desajeitado de ser. Gostaríamos de ser outra coisa, qualquer coisa, desde que seja outra coisa.
Essa outra coisa está no cansaço contínuo daqueles que sempre ensaiam entrar na vida, mas não tem coragem de abrir as cortinas para serem aplaudidos, de pé.
Essa outra coisa é uma presença, o tédio talvez seja sua maior expressão, pactua com o deprimido, desperta em nós o agressivo, ao mesmo tempo que tentávamos ser contidos.
Também a encontramos nos fracassos acumulados, nos acidentes descabidos, nos vícios compulsivos.
Essa outra coisa está nas palavras impostas, na criatividade pressentida, no improviso de não saber como agir em incontáveis momentos.
Nos fatos esquecidos essa outra coisa não deixa de estar, assim como no som irritante aos ouvidos, nos atos falhos desconcertantes, na rasura de um escrito.
Na dor que percorre o corpo recusando um sentido, na noite dos boêmios, nas despedidas que ficaram, nos amores mal resolvidos (aqueles que desabrocham na madrugada, prometem se firmar no dia seguinte e morrem logo depois, por falta de substância ou cuidados).
Em errância, essa coisa grita dentro de nós e é preciso alguém que a escute sem moral e despido de preconceitos, num silêncio que conforta, o que não deixa de ser uma maneira diferente de satisfazer essa outra coisa, na arte de se deixar levar sem se perder.
Tudo isso para no final ter uma breve certeza de que o prazer alcançado esteve sempre ali, circunscrito, parcialmente vivido.
Sempre a mesma coisa.
E que coisa!

Quem sou eu?

Eu sou feita de saudades.
Eu sou feita de vontades e ansiedades.
Eu sou feita de risos e lágrimas.
Sou, enfim, um equilíbrio desequilibrado por cima de um rosto infantil e uma alma excêntrica que insistem em me fazer ser eu.
Serei eu assim mesmo?

Rotina

E amanhã começa tudo de novo.

Mais uma semana inerte, que vai passar vazia, sozinha, quieta, largada num canto frio da minha memória.

Os dias passam devagar, se arrastam numa lentidão que me persegue, me aflige, me deixa inerte. Não tenho vontade de fazer nada por esses dias. Só tenho vontade que eles passem, pra que eu possa ter vontade de fazer algo de novo. E algo novo...

Algo que me satisfaça, pois a minha rotina tem me consumido, regredido, diminuído e entediado.

Não sei mais onde me esconder dos meus próprios dias.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O vento

O tempo
As folhas
Brisa suave
A metade de laranja
Faz falta o fim de tarde

Se ainda sou jovem
Porque pensar no amanha,
se hoje é o meu dia?

Ainda quero ser alguém...

Respiro fundo
E penso
E mais uma vez sonho, sinto...

E tudo me vai removendo,
Me remoendo...

Se repete
Se consome
Me engana
E esqueço mais um vez,
Acho q agora vai
E passa o tempo

O vento

As folhas

Os livros

A vida

O vento...

Nada muda...

Nunca muda!

Frase linda de Caio...

"Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra"

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Mudanças

Os dias não estão mais tão desagradáveis. A vida parece tomar um novo rumo, um novo gás. Felicidade, talvez. Talvez ela esteja mais imune aos fatores externos que querem afetá-la. Mas não sei se eu tive participação em tal mudança. Não sei. Meus momentos são tão inertes ultimamente. E tantas mudanças estão sempre por vir que eu já cansei de esperar, já enjoei de ter que sempre viver na espera.

Meus pensamentos divagam sobre situações que nunca existiram, passo o dia inteiro alheia ao que se passa diante de meus olhos. As pessoas passam como brisas quentes, pouco notáveis. Eu sou pouco notável também, então estou quite com o mundo.

Vivo de um passado que não vivi e de outro que vivi.

De um futuro que quero muito viver.

E de um presente mórbido e linear demais pro meu coração tão carente de palpitações.

Enfim, vivo. Sem tristezas. Apenas com saudades de presente, de futuro. De gostos, sensações. Saudades de amor, de amizade. Saudades do novo que, embora velho, tinha cheiro de recém chegado todos os dias. Que me fazia pensar que cada dia valia a pena por mais previsível que ele fosse. Ah, que saudades...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Malditos dias que ainda hão de vir

Maldito dia em que você precisou de minha ajuda e não pude te ajudar.
Maldito dia em que te olhei ao chão e travei.
Maldito dia em que me marcou a ferro as minhas chagas da vida.
Maldito dia em que fiz de teu auxílio minha paranóia.
Maldito dia em que seu amor fez de mim dependente.
Maldito dia em que não pude sentir o (maior) erro seu em mim.
Maldito o dia em que não me dei conta de todos os malditos dias que ainda hão de vir.

Mil vezes maldito...

Um instante, preciso matar alguém

Vou escutar melancolia a cada vez que ouvir aqule som da plaquinha subindo no msn, somos três objetos perdidos no meio de um antiquário.
Vou jogar pra cima todas as emoções, gritar palavrões, entender muito pouco; quase nada.
Vou quebrar o espaço, invadir os círculos, sujar a perfeição.
Eu te quero exatamente como você é: "imperfeição é seu nome"
Vou bater na sua cara, te chamar de cínica, de falsa, de hipócrita, de vá embora.
Vou sentir saudade e ciúme também.
Vou me envolver, deixar o corpo me conduzir a mais um fragmento de minha tragédia grega de bolso... um drama.
Vou mascarar, manter seu gosto, procurar em mim descanso pra ti.
Vou olhar serena, lembrar de mim, reconhecer-me e te deixar.
Vou gritar bem alto, pois assim deve ser: foi como eu escolhi.

Vá embora, adeus!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Desagarro

Não desista
Não se limite
Faça o que há para ser feito
Quebre o meu sorriso
Destrua meu pensamento
E faça, sem hesitar ou mentir, o que quiser.

Viva sem mim, e me obrigue a fazer o mesmo
Me mate de chorar, triplique a minha angústia
Mas seja feliz.

Desgoste seu passado, esqueça-o.
Recomece, invente e seja
Tudo aquilo que, mesmo sem saber, eu não te deixei ser.

Fim.

Labirinto

Passo por passo, segundo por segundo
Assim vou vivendo, sentindo, seguindo
Os momentos já não parecem ser em vão
Os meus sorrisos estão mais sinceros
As minhas alegrias fazem mais sentido
Os meus desejos parecem ter fundamento...
Me sinto feliz.

Não estou completa, algo falta
Mas não quero saber o que é
Se não tenho agora é porque não preciso
Se me sinto feliz, é porque posso viver.

Se alguém quiser atravessar minha serenidade,
Eu direi: - Não.
Mas se alguém compreender minha insanidade,
Eu direi: - Sim!
Mas se ninguém me diz nada, o que fazer?
O mesmo, ora! Nada.

Humanizar

O sintoma de ser.
A consequência de existir.
A mania de reclamar.
Raciocinar é coexistir.
Humanizar, nem sempre.
Pensamentos, achismos.
Caráter duvidoso.
Olhos atentos a todos.
A tal desconfiança.
Poder, querer, fazer.
Conviver.

domingo, 10 de maio de 2009

A História da Menina

Era uma vez uma menina. Que tinha sonhos, vontades e jeitos. Uma menina que almejava conquistas, que mudava de estilos. Que experimentava e ressurgia a cada dia, a cada novo desejo.
Ela já gostou de rosa, de preto, de músicas barulhentas e ruins. E hoje seus sonhos mais bonitos são violetas.
Os sonhos que ela achava distantes, hoje estão escritos em sua história e na palma de sua mão. Hoje seu mundo gira em torno de tudo que ela construiu. Com seu riso frouxo e lágrimas não-contidas. Com suas desavenças e explosões de humor. Com seus amores e desamores. Seu futuro está prestes a começar, em mais um sonho que, hoje, é apenas seu cotidiano próximo.
Ela era só uma menina. Ela talvez já seja uma mulher. Mas ela conseguiu.
E ela sou eu.
E sempre serei assim, ou não?

Digavações de um mesmo tom

O que às vezes parece um pedido de desculpas ingênuo e promessas de dias melhores (necessário citar o arrependimento tardio!) pode fazer com que paremos para refletir sobre o quanto podemos ou devemos perdoar.
Quantas vezes é possível fazer de conta que não se está magoada porque, de alguma forma, fomos agredidas verbalmente e não temos a coragem de falar?
Cada pessoa tem uma forma de externar os sentimentos, algumas desabam em lágrimas enquanto outras gritam ainda mais alto até que a situação fique fora do controle, existem até aquelas que se resignam ao silêncio e a dor parece que vai envolver tudo: coração aperta, peito se desdobra, estômago dói e o medo cala...Medo de reagir, medo ainda maior da reação.
Eu me encaixo nesse terceiro grupo e digo com convicção, tudo é ruim quando alguém grita com a gente, mas nada é pior do que quando esse grito vem de quem amamos. E nem sempre é possível abraçar, voltar a fita e ir dormir mais tarde... Não sem antes dizer o que se sente, sem antes falar que se está triste...
Porque não dá para ir para a cama com um nó na garganta e pensamentos numa noite de insônia, pois o prazer de vários beijos e abraços não apagam a dor na alma!

Agonia

Não quero mais nada disso, quero logo todas as mudanças, odeio as distâncias, preciso de companhia, não aguento mais chorar, preciso estudar, estou me sentindo uma inútil, quero ser mais do que tenho sido, quero ser menos do que tenho sido, quero ser, quero poder ser, quero pensar, quero falar, quero descobrir, quero fazer, quero agir, quero tanto que ainda não tenho e tenho tanto que ainda não quero.
Eu quero eu.
E não este imenso nó na garganta.

Círculo vicioso de vícios não-viciantes

"Pode parecer qualquer coisa ou não se parecer com nada. Mas sentir-se feliz com a vida não significa estar feliz a todo momento."

Acordo. O dia nasce quente, a solidão bate, não é bom ficar só. Embora seja necessário levantar, o dia não parece muito convidativo. Os minutos, poucos , passam rápido, e ficar mais alguns deles inerte no meio-sono pode causar consequências ruins. É melhor levantar. O Sol incide nas minhas pupilas, foto-sensibilidade. Banho, vamos ver se nele meu corpo desperta para o novo dia tão igual. Rotina idêntica, robotizada. Clima desagradável. Tanto de temperatura quanto energéticamente. Tédio. Visto-me, como e saio. Rumo a um dia que já sei como vai ser.

Aqueles minutos que dissipavam-se com velocidade admirável, agora rastejam-se, parecem parados. Paro, penso. Continuo parada, continuo pensando. Não tenho como mudar isso. Então assisto à lenta passagem dos minutos, para que tornem-se horas passadas. E aguardo o fim de uma manhã interminável e inerte. Está na hora! Levanto-me, saio. Vou em busca do fim de mais um dia que recomeçará amanhã, no círculo vicioso no qual minha vida transformou-se. Adormeço.

De Volta a Realidade!

Depois de passar férias no paraíso eu sinto que a saudade é apenas um estado momentâneo. Uma condição em certos momentos da vida. Não podemos deixá-la tomar conta dos outros sentimentos. Ela tem que ser uma mera coadjuvante do coração. A sócia minoritária. Digo isso porque tenho sentido muitas saudades, estou convivendo com a distância e de uma forma devastadora. Mas tudo tem seu lado bom. E se essas saudades incomodam tanto é porque vivo coisas boas na vida, conheço pessoas realmente especiais e importantes que amo de verdade.

Passei alguns dias em companhia do meu amor. A cada segundo tenho mais certeza que é ele. O meu Porto Seguro. Estou amplamente feliz. E já com saudades, mas sublimemente alegre. Porque amo e sou amada. Por pessoas muito, muito especiais.

E de volta à realidade!